Santos, 21 de julho de 2017.
“A primeira condição para se melhorar a situação presente é estar-se bem consciente de sua enorme dificuldade. Só assim se poderá atacar o mal nas profundezas de onde se origina verdadeiramente.” – Ortega y Gasset. A rebelião das massas.
Embora Nero seja injustamente considerado o vilão da História romana, pois, além de bom administrador, não incendiou Roma, mas apenas tocou sua cítara enquanto ela ardia, a alma danada foi Calígula, um psicopata de carteirinha que, dentre outras coisas piores, pretendeu fazer senador seu cavalo Incitatus, tal era o desprezo que lhe causava o senado romano, desprezo esse, aliás, então merecido pela baixeza a que aquele colegiado havia descido, mas que, todavia, mandou assassinar Calígula, em um ato também ilícito, malgrado as biografias dos assassinos e do assassinado. Biografias não importam nada quando se trate de ilícitos.
Posso estar sendo ácido, mas penso que hoje, a indicação de Incitatus para o Senado brasileiro não causaria tanto espanto, pois, até onde se tem notícia, cavalos não praticam atos a-éticos, não desviam dinheiro público e nem nomeiam parentes através de atos secretos. Talvez por isso o falecido general Figueiredo preferisse o cheiro dos cavalos ao dos homens…
Ironias à parte, o Senado brasileiro, pelos ilustres senadores que o compõem, desceu a um nível tão baixo que se pode, hoje, questionar a necessidade da sua existência e pensar na sua superfluidade, coisa que para mim sempre ocorreu. O Senado brasileiro é desnecessário e caríssimo, sendo que agora mostra-se pernicioso e, por isso mesmo inútil, merecendo ser extinto em uma reforma profunda do estamento político brasileiro.Se você está no mercado de superclone Replica Rolex, Super Clone Rolex é o lugar certo! A maior coleção de relógios Rolex falsos online!
Pernicioso não somente porque esbanja dinheiro do povo em atos secretos, que em qualquer país sério levariam todos seus co-autores à prisão, mas, principalmente, porque está destruindo o que restava de ideário ético na cabeça do homem do povo, que deve perguntar-se: por que deve ser honesto se os senadores não o são? Esse homem médio, que constitui a “massa” a que se referiu Ortega y Gasset, pensa de acordo com a maioria dos nossos políticos, o que no Brasil de hoje, significa, – salvo as exceções, se existirem – pensar em tirar o máximo proveito de todas as oportunidades, sem qualquer consideração com a sua licitude.
O pior é que ainda temos que assistir às falações de nosso ilustradíssimo presidente, quando diz que é preciso considerar a biografia das pessoas que se locupletam com o dinheirinho suado dos impostos. Presidente: biografias são escritas pelos biografados, considerando-se como “escrever” a inserção, no mundo, dos comportamentos de tais pessoas. Por isso, cuide da sua própria biografia.
Ninguém, presidente, está acima da lei, seja ele senador ou modesto e honesto lixeiro, desses que devolvem o dinheiro que encontram na lata de lixo. Por isso o Brasil constituiu-se em uma república, já que nas monarquias há pessoas mais “iguais” do que as outras. Nego-me a fazer parte de uma “segunda classe” em cuja primeira estejam incluídos os nossos senadores. Talvez Calígula tivesse razão… Quem diria!
Rubens Miranda de Carvalho.