Barbara Tuchman, jornalista e escritora estadunidense, escreveu, entre vários com os quais ganhou prêmios literários, um livro denominado “A marcha da insensatez”, no qual tratou de escolhas políticas que levaram ao desastre países que as adotaram. Santos está cevando escolhas desastrosas, verdadeiros “micos” que já afetam e mais ainda a afetarão no futuro.

O primeiro deles foi o tombamento de velhos – não históricos –imóveis que engessaram o centro da cidade, impedindo a sua renovação e causando o estado de abandono físico e econômico em que o mesmo se encontra, quando poderia ser utilizado na sua ocupação por residências que gerariam demandas, estas sim, revitalizando o centro triste.

A “hospedaria dos imigrantes”, que já passou por algumas e diferentes curatelas, não passa de um majestoso monte de ruínas de custosíssima restauração, desperdiçando dinheiro melhor utilizável nas atividades específicas do município.

A COHAB SANTISTA é uma quase inutilidade, pouco explicando a que veio a não ser empregar pessoas que operam adiabaticamente, ou sejam, consumindo a energia que geram.

A PRODESAN é outro grande mico, pois mudam os governantes, mas não muda o resultado vermelho das suas atuações. É um cabide de acomodação de políticos, em nada se parecendo com o enxuto organograma de 12 elementos de quando sua constituição, que incluía desde o presidente à servidora do cafezinho. Hoje emprega centenas de pessoas e consome grandes cifras para a produção de pequenas coisas.

O museu Pelé já está mordendo seu próprio rabo, não justificando o dinheiro que consumiu.

Por fim, mas o maior de todos os micos é o Hospital dos Estivadores, que já quase quebrou o sindicato que o idealizou e quebrou um plano de saúde que tentou revitalizá-lo. Criar, manter e administrar hospitais não é coisa para amadores, por mais bem intencionados que o sejam. A prova disso é a situação da Santa Casa de Santos (e de quase todas no país) e a da Beneficência Portuguesa, cujas receitas dependem da União (falida) e do Estado, também em crise.

Pois bem, não sei se por insciência ou megalomania, o Município resolveu reconstruir o edifício, totalmente deteriorado, equipá-lo e fazê-lo funcionar em um temerário otimismo que a realidade está condenando ao desastre. Como pressuposto da sua manutenção os seus idealizadores contaram com o ovo no corpo da galinha, qual seja, o aporte de recursos pela União Federal e pelo Estado de São Paulo, ambos com enormes dificuldades de manter os atuais hospitais em deficiente funcionamento. Teremos um sorvedouro de dinheiro que levará as contas municipais a um vermelho ainda não imaginável. Lembremo-nos que o jornal “A Tribuna” publicou reportagem sobre o decréscimo das receitas e uma necessária redução das despesas de custeio. Manter hospitais não é atividade própria de administrações municipais. Pronto-socorros talvez seja. A pretensão de outorgar a manutenção do hospital a uma ONG já se mostrou pelo menos difícil. Se funcionar, será um “pato manco” e se não funcionar, irá se deteriorar novamente. Melhor seria destinar o dinheiro a ser gasto à Santa Casa e à Beneficência Portuguesa, que, bem ou mal, conhecem a matéria e não conseguem manter-se por depender exatamente da União Federal, que não cobre seus custos.

Estamos caminhando na marcha da insensatez, cujo resultado é, ao menos, problemático.

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Do Cartório ao Legado

A jornada de sucesso de Miranda de Carvalho e Grubman

Remonto aos anos anteriores a criação do escritório, que ocorreu em 1963, quando eu ainda era escrevente de cartório e fui incentivado pelos meus superiores a cursar Direito. Essa base sólida e meus colegas de profissão na época foram o ponto de partida para a construção do que hoje conhecemos como Miranda de Carvalho e Grubman.

Naqueles primeiros anos, após sair do 3º Oficial de Registro de Imóveis de Santos e do 5º Tabelião de Notas de Santos, foi interessante notar que, recém-formado, fui mais procurado com base no meu trabalho como cartorário do que como advogado. Tive a vantagem de atrair clientes devido à confiança que depositavam em mim nesta função. Foi nessa época que trabalhei em sociedade com Romulo de Tulio, que infelizmente já nos deixou. Juntos, iniciamos essa jornada que nos levaria a voar pelo Brasil, representando nossos clientes em diversas situações.

Nosso escritório foi moldado para se adequar à cidade de Santos, onde a maior parte de nossas atividades é realizada. Temos o privilégio de trabalhar em uma comunidade que nos acolheu desde o início e retribuímos o apoio e a confiança que recebemos.

Durante minha trajetória, tive o privilégio de criar, contratualmente, o primeiro condomínio fechado em Santos e possivelmente do Brasil, o Morro de Santa Terezinha, e o primeiro shopping em condomínio – e terceiro shopping vertical do país-, o Parque Balneário. Enquanto os shoppings tradicionais eram propriedade de um único dono, com poder econômico e financeiro, o conceito de shopping em condomínio permitiu que cada loja fosse uma unidade autônoma dentro de um condomínio.

Vejo que, atualmente, especialmente no âmbito do direito tributário, que é com o qual lidamos predominantemente, enfrentamos rápidas e frequentes alterações. É fundamental mantermos um acompanhamento próximo das mudanças para não nos deixarmos surpreender e para garantir que nosso conhecimento esteja sempre atualizado.

Como advogado, aprendi que somos os primeiros juízes de uma causa. Quando alguém nos procura como cliente, temos a responsabilidade de julgar a pretensão apresentada, avaliando sua adequação ao direito. Devemos ser sinceros e éticos ao informar ao cliente suas chances de sucesso, se são altas, baixas ou incertas. Devemos sempre acreditar que é possível construir um futuro dentro da ética, dentro da lei e trabalhar constantemente para alcançá-lo. Nada vem fácil, a menos que sejamos agraciados com uma herança, o que está longe de ser o caso da maioria.

Acredito que nosso sucesso é resultado de nosso trabalho árduo, dedicação e respeito à ética. Estou honrado por ter trilhado esse caminho ao lado de cada um e ver hoje o legado se mantendo com uma nova geração de advogados é impagável. O trabalho que comecei continua e vem sendo aprimorado por esses profissionais dedicados. É inspirador testemunhar como nossa visão foi transmitida e mantida através do tempo.

Por Rubens Miranda de Carvalho

Cristiane Santos

Departamento Administrativo

Formada em Logística e Transporte Multimodal pelo Centro Universitário Mont Serrat desde 2006

Técnica em Contabilidade pela Escola Acácio de Paula Leite Sampaio desde 2003

Nicolly Lima dos Anjos

Advogada

Formada em Direito pela Universidade Católica de Santos

Mariana Mendes Moutela

Departamento de Atendimento ao Cliente

Cursando Relações Públicas pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Santos

José da Conceição Carvalho Netto

Advogado desde 2010


Formado em Direito pela Universidade Católica de Santos.

Pós graduando em Direito Imobiliário na Escola Superior de Direito.

Leonardo Grubman

Advogado desde 1999


Formado em Direito pela Universidade Católica de Santos


Especialista em direito tributário pela PUC-SP

Rogério do Amaral Silva Miranda de Carvalho

Advogado desde 1993


Formado em Direito pela Universidade Católica de Santos

Licenciado em História pela Universidade Católica de Santos

Pós-graduado em História da América Latina 

Rubens Miranda
de Carvalho

Advogado desde 1963

Formado pela Faculdade Católica de Direito de Santos

Mestre em Direito pela UNIMES

Formado em contabilidade pela Escola Técnica de Comércio de Santos